domingo, junho 19, 2011

Dia 4 - Diário de viagem de uma cesta e duas malucas (Modo telegráfico) Istambul em 5 sentidos e mais uns…

4º dia: 10 de Junho de 2011

No dia anterior, concerto de estratégias. Queríamos ir à Igreja de S. Salvador de Chora, como quase todas transformada em certa altura numa mesquita, e por isso chamada de Kairye Camii, e tinham-nos aconselhado a chamar um táxi, pedir-lhe para esperar e voltar no mesmo.
Mas as nossas brilhantes mentes engendraram outra solução, que nos pareceu mais vantajosa. Que tal apanhar um dos circuitos turísticos de “Hop on Hop off”, sair na paragem mais próxima de S. Salvador de Chora e na volta continuar o circuito? Nem mais! Acrescentámos assim ao que queríamos, uma visão mais completa da cidade.
Embarcámos já para o fim da manhã (férias!) e vimos Istambul, seus lugares e gentes, de um plano diferente. Quase de anjo.

 Uma casinha de gelados elásticos turcos (dondurma)


Dos auscultadores (que guardámos), desfilavam descrições e histórias sobre o que ia aparecendo, ou do que se adivinhava por trás do que se via. A voz (escolhemos o inglês à falta da língua pátria), era intercalada por músicas turcas, que apostámos terem sido candidatas a festivais de Eurovisão. Ao fim de duas audições musicais, o nosso gesto automático e simultâneo, sempre que apareciam, era estender o braço e baixar o som…
Temos de fazer isto em Lisboa. Para ver se são historicamente correctos, se são interessantes e se tem músicas portuguesas do festival da Eurovisão.
A passo espartilhado pelo trânsito. Até chegar ao Bósforo, revemos tudo em diferente olhar, até os pescadores da Ponte Galata.

Depois, uma nesga do Palácio Dolmabahçe, a Igreja de Santo Estevão dos Búlgaros (veio pré-montada de Viena!), o estádio do Besiktas (não estavam lá os portugueses), o arranha-céus do Hotel Sheraton, que é uma das piores coisas que já vi, nem sei como permitiram aquilo a estragar a vista, a Praça Taksim, onde estavam manifestantes anti-nuclear e onde vimos pessoas a entrar em autocarros em andamento, um mercado de flores, o Pera Palace Hotel (onde ficavam os do Expresso do Oriente)…

Muralhas de Teodósio (Teodos II Surları). Restos de palácio bizantino que devia ser grandioso.

Descemos na zona de Edirnekapı, perto das muralhas, numa quase auto-estrada. Completamente perdidas, sem saber qual a direcção certa. A certa altura uma mãe de lenço e sua filha adolescente dirigiram-se-nos em turco. Qualquer coisa por causa do multibanco. Desistiram, não conseguimos perceber, mas achámos graça pela insistência, mesmo depois de perceberem que não éramos turcas.
Lá nos orientámos. Que igreja mais maravilhosa, a de S. Salvador de Chora! Frescos e painéis de azulejos absolutamente lindos, não tem descrição. Uma pérola, num canto discreto e aprazível da enorme Istambul. Filha com dificuldade em tirar fotografias sem ser desfocadas por não poder usar flash. Ombro e cabeça da mãe a fazer de tripé.


















A caminho da paragem para apanhar o autocarro de volta e continuar o circuito, vimos o que pensamos ser os Dolmuş, uns mini autocarros, que nem paragens parecem ter: as pessoas fazem sinal em qualquer lado… e também entram quase com ele em andamento!
De volta, perto da Ponte Galata, um bando de gaivotas esvoaça cerrado, certamente pela presença de peixe.



Fim da volta pela beira do Bósforo, passando pelo mercado do peixe (tão arrumadinho!).
E agora? Bazar Egípcio ou bazar das especiarias (Mısir Çarşısı). A quantidade de gente faz impressão. O cheiro logo que se entra é óptimo! Os arranjos das especiarias. A variedade. Os lokum (chamados delícias turcas). Os chás, o café.



Ainda vamos ter tempo. Apanhar o metro para atravessar a Ponte Galata. Subir no funicular. Ver só o fim da rua das lojas (cheia!) e ir descendo até chegar à Torre Galata.


Bicha para pagar bilhete, bicha para o elevador. Uma vista! Daquelas! 360º… Toda a Istambul aos pés e o Bósforo… Terceiro (ou já é quarto?) enamoramento.


Descer a pé. Perdemo-nos outra vez e desta vez estamos mesmo longe do metro. Abrimos o mapa e imediatamente dois turcos nos tentam ajudar, sempre em turco, mas percebemos tudo. Era andar, andar, que chegávamos…
Chegámos. Mensagens no facebook para quem fazia anos. Deixo as rosas em papel oferecidas à filha em dois sítios diferentes.


Nota: Mais retratos vão ser postos no sítio do costume: https://www.facebook.com/apaginadacesta.thebasketspage

2 comentários:

  1. Muita "fixe" esta viagem !E depois é só "bichas" em tudo o que é sitio...como eu a compreendo...eu quando lá estive tambem era assim..."bichas" de "darem a volta ao quarteirão"...e quando eu queria "furar" diziam me em turco..."vá lá ó Xico esperto...põe te mas é na bicha...:)

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  2. Já consta que a cesta vai ter um prémio do Turismo Turco. Uma viagem assim, tão bem relatada é digna de ser premiada.

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