quarta-feira, junho 29, 2011

Desarrumo

Em carrossel sem freio 
entraram as palavras. 
Aquelas que afinal calarei, 
E as outras, as de circunstância… 
Nessa velocidade insana 
saltam e brincam trocando de lugar. 
Uma roda-viva que me não dá sossego… 
Palavras em rodopio,  
volteiam ânsia, inquietude e alvoroço,  
não se deixando arrumar. 

Temo as palavras sem açaime… 
E temo mais ficar muda nesse instante 
Quando te quiser dar as palavras que calei. 

Leonor Raposo
29/06/11

sexta-feira, junho 24, 2011

Dia 5 - Diário de viagem de uma cesta e duas malucas (Modo telegráfico) Istambul em 5 sentidos e mais uns…

5º dia: 11 de Junho de 2011

Último dia disponível. Compras! Directas ao Grande Bazar (Kapalı Çarşı).


A cesta excitadíssima. Queria comprar tudo, regatear ao máximo. Confesso que não consigo. Mesmo. Pareço a minha mãe, que ao voltar de Marrocos, disse ter a sensação de os vendedores terem ficado tristes, porque não dava luta absolutamente nenhuma. Acabou por pagar imenso dinheiro quando decidia comprar.

Aqui, a minha filha pouco a pouco foi ganhando o jeito e no fim, eles sorriam enleados, achando graça a que fosse ela a regatear, olhando até com um certo respeito. A cesta, interesseira, ia picando, propondo os novos valores.

A crise imperou: coisas pequenas, e pronto. Um dos vendedores, no meio do regateio, perguntou pela nossa crise, e se era maior ou menor que a grega. Odeiam os gregos.

Enfim um cruzeiro no Bósforo! Duas horas, na empresa oficial, mais de metade do preço das turísticas.


Um dia cinzento, ameaçando chuva. Mau para fotografias. À ida olhar sobre o lado da Ásia, à volta, sobre a Europa.

Paragem em Üsküdar, na Ásia, para entrada de passageiros. Tudo enfeitado por causa das eleições. Um barco tipo ferry ia-se enchendo de pessoas com bandeiras de um dos partidos, aos gritos nas suas palavras de ordem. Depois partiu, a abarrotar, em direcção a um outro porto qualquer.

As fotografias, na página da cesta vão falar por si. Quem navegou no Bósforo percebe. 

Vimos a fortaleza da Europa (do outro lado havia a da Ásia...)


E agora, não vou fazer por menos: quero uma casa sobre o Bósforo. E não é casa com vista para, é mesmo na beira.


 Na volta, quando atracávamos outra vez na Ásia para que passageiros saíssem, um pássaro, corvo marinho de faces brancas (?), displicentemente pousou num candeeiro, quase à altura dos nossos olhos. E ali ficou, olhando-nos de soslaio, pavoneando-se, orgulhoso de se mostrar.


 Fim do cruzeiro, mas dia de compras é dia de compras. Voltámos ao Bazar das Especiarias.


O último jantar. Perto do hotel. Um prato de que não me lembro do nome. Com direito a espectáculo. Um recipiente de barro que é aquecido em lume, e cuja parte de baixo é depois cortada para se retirar o recheio.


No fim, o empregado resolveu pôr na mesa puzzles de metal, e à medida que os íamos resolvendo, trazia mais. No fim, até trouxe os que tinha acabado de comprar e ainda não tinha feito! Desconfio que não estava à espera das nossas capacidades. Não lhe contámos sobre o nosso cúmplice secreto: a cesta!

Hotel. Malas. Encafuar tudo. Amanhã deixamos Bizâncio, Constantinopla e Istambul. Gostámos e admirámos as três. 
Eu volto.

domingo, junho 19, 2011

Dia 4 - Diário de viagem de uma cesta e duas malucas (Modo telegráfico) Istambul em 5 sentidos e mais uns…

4º dia: 10 de Junho de 2011

No dia anterior, concerto de estratégias. Queríamos ir à Igreja de S. Salvador de Chora, como quase todas transformada em certa altura numa mesquita, e por isso chamada de Kairye Camii, e tinham-nos aconselhado a chamar um táxi, pedir-lhe para esperar e voltar no mesmo.
Mas as nossas brilhantes mentes engendraram outra solução, que nos pareceu mais vantajosa. Que tal apanhar um dos circuitos turísticos de “Hop on Hop off”, sair na paragem mais próxima de S. Salvador de Chora e na volta continuar o circuito? Nem mais! Acrescentámos assim ao que queríamos, uma visão mais completa da cidade.
Embarcámos já para o fim da manhã (férias!) e vimos Istambul, seus lugares e gentes, de um plano diferente. Quase de anjo.

 Uma casinha de gelados elásticos turcos (dondurma)


Dos auscultadores (que guardámos), desfilavam descrições e histórias sobre o que ia aparecendo, ou do que se adivinhava por trás do que se via. A voz (escolhemos o inglês à falta da língua pátria), era intercalada por músicas turcas, que apostámos terem sido candidatas a festivais de Eurovisão. Ao fim de duas audições musicais, o nosso gesto automático e simultâneo, sempre que apareciam, era estender o braço e baixar o som…
Temos de fazer isto em Lisboa. Para ver se são historicamente correctos, se são interessantes e se tem músicas portuguesas do festival da Eurovisão.
A passo espartilhado pelo trânsito. Até chegar ao Bósforo, revemos tudo em diferente olhar, até os pescadores da Ponte Galata.

Depois, uma nesga do Palácio Dolmabahçe, a Igreja de Santo Estevão dos Búlgaros (veio pré-montada de Viena!), o estádio do Besiktas (não estavam lá os portugueses), o arranha-céus do Hotel Sheraton, que é uma das piores coisas que já vi, nem sei como permitiram aquilo a estragar a vista, a Praça Taksim, onde estavam manifestantes anti-nuclear e onde vimos pessoas a entrar em autocarros em andamento, um mercado de flores, o Pera Palace Hotel (onde ficavam os do Expresso do Oriente)…

Muralhas de Teodósio (Teodos II Surları). Restos de palácio bizantino que devia ser grandioso.

Descemos na zona de Edirnekapı, perto das muralhas, numa quase auto-estrada. Completamente perdidas, sem saber qual a direcção certa. A certa altura uma mãe de lenço e sua filha adolescente dirigiram-se-nos em turco. Qualquer coisa por causa do multibanco. Desistiram, não conseguimos perceber, mas achámos graça pela insistência, mesmo depois de perceberem que não éramos turcas.
Lá nos orientámos. Que igreja mais maravilhosa, a de S. Salvador de Chora! Frescos e painéis de azulejos absolutamente lindos, não tem descrição. Uma pérola, num canto discreto e aprazível da enorme Istambul. Filha com dificuldade em tirar fotografias sem ser desfocadas por não poder usar flash. Ombro e cabeça da mãe a fazer de tripé.


















A caminho da paragem para apanhar o autocarro de volta e continuar o circuito, vimos o que pensamos ser os Dolmuş, uns mini autocarros, que nem paragens parecem ter: as pessoas fazem sinal em qualquer lado… e também entram quase com ele em andamento!
De volta, perto da Ponte Galata, um bando de gaivotas esvoaça cerrado, certamente pela presença de peixe.



Fim da volta pela beira do Bósforo, passando pelo mercado do peixe (tão arrumadinho!).
E agora? Bazar Egípcio ou bazar das especiarias (Mısir Çarşısı). A quantidade de gente faz impressão. O cheiro logo que se entra é óptimo! Os arranjos das especiarias. A variedade. Os lokum (chamados delícias turcas). Os chás, o café.



Ainda vamos ter tempo. Apanhar o metro para atravessar a Ponte Galata. Subir no funicular. Ver só o fim da rua das lojas (cheia!) e ir descendo até chegar à Torre Galata.


Bicha para pagar bilhete, bicha para o elevador. Uma vista! Daquelas! 360º… Toda a Istambul aos pés e o Bósforo… Terceiro (ou já é quarto?) enamoramento.


Descer a pé. Perdemo-nos outra vez e desta vez estamos mesmo longe do metro. Abrimos o mapa e imediatamente dois turcos nos tentam ajudar, sempre em turco, mas percebemos tudo. Era andar, andar, que chegávamos…
Chegámos. Mensagens no facebook para quem fazia anos. Deixo as rosas em papel oferecidas à filha em dois sítios diferentes.


Nota: Mais retratos vão ser postos no sítio do costume: https://www.facebook.com/apaginadacesta.thebasketspage

quinta-feira, junho 16, 2011

Dia 3 - Diário de viagem de uma cesta e duas malucas (Modo telegráfico) Istambul em 5 sentidos e mais uns…

3º dia: 9 de Junho de 2011

Depois do impacto de Haghia Sophia, que com a sua grandiosidade, consegue abraçar muitas eras num todo harmonioso, acordámos um bocadinho mais tarde. Estamos de férias!
Destino de hoje: Palácio Topkapı (Topkapı Sarayı). A pé, porque o hotel é mesmo central.
No caminho, um homem com uma espécie de carrinho, um coelho e um galo, promete adivinhar o futuro ou conceder desejos, não se percebe bem.
Obriguei a que começássemos pelo Harém. Filha sempre no gozo por causa dos meus gritos de excitação. Sugere que case com um turco. Declino.
É lindo, lindo, lindo. Azul, azul, azul, sempre diferentes os azulejos, pátios, recantos…



A cesta senta-se num banco e diz que quer ficar. Explicamos que o harém já não funciona, nem ela tem idade para ser concubina.


Nem de propósito, eis a passagem das concubinas.









Seria esta a visão das mulheres nalguns dias?















No meio de um descanso, começa o chamamento à oração em toda a Istambul. Ouvido ali de cima, é impressionante: centenas de cânticos em simultâneo, sem pausas (é essa a ideia, que não se deixe de ouvir).






Passamos ao resto do palácio. Pavilhões a surpreenderem a cada canto. Nalguns sítios, uma vista fabulosa para o Bósforo. Primeiro enamoramento.





Visto: o tesouro (as gemas de esmeralda displicentes numa taça, como se fossem rebuçados gigantes), o guarda roupa imperial (que faziam eles a mangas do tamanho de uma pessoa? Arregaçavam?), a sala do Trono, o Sofa Imperial. Uma maravilha, em suma!


Almoço tardio de sanduíches no restaurante que já sabíamos caro mas com vista para o Bósforo…


Descida para o Museu Arqueológico (Arkeoloji Müzesi). Uma colecção incrível de sarcófagos, incluindo o Sarcófago de Alexandre (espectacular).


Área dos sumérios com a escrita cuneiforme (amoroso o mais antigo poema de amor escrito. Trata-se de um bocado da Epopeia de Gilgamesh, e já agora, para os interessados, deixo ligação para mais informação: http://www.infopedia.pt/$a-epopeia-de-gilgamesh)


Assírios (sempre adorei! No Museu Britânico lembro-me de ir a correr directa para a secção da Mesopotâmia e saboreava dizer Nabucodonosor!). Eis senão quando, nem mais nem menos, e de chofre, o Painel da Porta de Ishtar, de quem? Nabucodonosor! Felicidade!


Descemos mais ainda, até à Estação do Expresso do Oriente (Sirkeci Gan). Adorei. Tem partes da fachada a cair. Um restaurante bem arranjado, chamado…Orient Express. 



Cesta quis descansar mesmo na sala de espera da estação. Afirmou que não saía dali sem ver o Hercule Poirot e as célulazinhas cinzentas, ou no mínimo a Agatha Christie. Difícil convencê-la, a teimosa.



Descemos mais um bocadinho até á frente do rio. Mais Bósforo. Segundo enamoramento.


Alguns vendedores (também noutras zonas) com um banco, um balde e limão, a apregoar mexilhão, não percebemos se cru ou cozido. Os turcos abrem o mexilhão, o vendedor põe limão e o cliente come deliciado, já com a mão no seguinte. De um quiosque, chegava um cheirinho óptimo a peixe grelhado. Atracção imediata. Sanduíche de peixe! Uma delícia…
Sentadas no muro à beira rio, a comer a sanduíche. Barco que parte. Molha certa, incluindo cesta, que refila.
Caminhar por baixo da Ponte Galata até ao fim e voltar a namorar o Bósforo. A cesta está cansada.




Jantar num restaurante caríssimo debaixo da Ponte Galata. Dourada, óptima.
















Os bilhetes do dia...



Entretanto a filha gostou da Coca cola turca (Cola Turka) e ainda mais do iogurte líquido turco, o Ayran. Passou a ser obrigatória a compra diária de Ayran em conjunto com a água.
Tenho estado também a ler o livro de Orhan Pamuk – Istambul memórias de uma cidade mas em péssima tradução. Comprei outro dele na loja do Palácio Topkapı. Em inglês.

Cada vez sabemos mais palavras turcas e usamos. Sem pudor.


Nota: mais fotografias na página da cesta, no facebook: https://www.facebook.com/apaginadacesta.thebasketspage

terça-feira, junho 14, 2011

Dia 2 - Diário de viagem de uma cesta e duas malucas (Modo telegráfico) Istambul em 5 sentidos e mais uns…

2º dia: 8 de Junho de 2011
Levantar 8h 30m. Pequeno-almoço no terraço, 3 andares acima, sem elevador, escadas em caracol. Empregado minorca com olhar triste, triste… Vista para os telhados de Istambul. Pequeno almoço, simples mas bom. Nêsperas!

Pássaros como companhia. Uma espécie de corvos, mais pequenos, cinzentos e pretos. Depois pardais. No telhado ao lado, gaivotas, rindo alto e de modo desbragado, como velhotes num convívio.


Agora a cesta amuou outra vez porque não foi ao pequeno-almoço.
De volta à Mesquita Azul. 






A cesta insistiu que tinha de tirar um retrato sózinha porque não tinha ido ao pequeno almoço.
 

Descalçar, sapatos num saco, pôr as nossas écharpes como lenço. Grande. Alta. Azulejos lá muito no cimo. Azul. Tapete no chão. Fotografias. Cheiro a chulé.


Jardim entre Mesquita Azul e Haghia Sophia (Aya Sofya). Filha senta-se no chão, entre bancos, e desenha.





Haghia Sophia com visita áudio, mas só um aparelho. Uma tenta explicar à outra o que ouviu. Às vezes não sai muito bem: muitos nomes turcos… Sequência numérica quase nunca seguida, mas que interessa?



O melhor: Nossa Senhora com o Menino Jesus no topo, o arcanjo Gabriel, os patriarcas na Galeria em cima, o Cristo Pantocrator, enfim, todos os painéis, o sítio das coroações, o lugar que onde estava o trono...




 e os gatos a dormir ao pé de um foco de iluminação, por trás de tudo.



Primeira experiência sensorial com o café turco: é óptimo! Só temos de esperar que assentem as borras…



E o chá diz-se çay, que se lê chai! Estamos a aprender palavras turcas mas obrigada é complicado: Teşekkür ederim!

Depois de um almoço assim-assim, rumo à Cisterna da Basílica (Yerebatan Sarayı). Ambiente impressionante, à média luz, colunas e colunas gigantes, coríntias mas também dóricas, cabeça de medusa como base de 2 colunas, uma virada ao contrário, outra de lado. E até tem peixes no fundo da cisterna... Um cenário lindo e fora do vulgar! Sentimo-nos mesmo fora do tempo. 

























Os bilhetes do dia...




O que cansa mais, é dizer não obrigada a todos os passos que damos. Até a cesta já está tão farta que temos medo que desate aos palavrões!
Todos querem saber de onde são os turistas, uns para poderem utilizar a língua desse país para venderem melhor, outros, só por curiosidade. Tentam adivinhar, e nós fazemos-lhes a vida negra! A cesta farta-se de rir. Passamos por iranianas, paquistanesas, espanholas, árabes, tudo menos portuguesas (somos mesmo pequeninos…).

Jantar otomano: caro, mas uma delícia!!

NOTA: Com excepção da filha a desenhar e dos bilhetes, as fotografias são todas tiradas pela Marta, dona de uma verdadeira máquina (só tenho a do telemóvel!)

segunda-feira, junho 13, 2011

Diário de viagem de uma cesta e duas malucas (modo telegráfico) Istambul em 5 sentidos e mais uns

1º dia: 7 de Junho de 2011
Alvorada às 5h 30m (deitámo-nos às 3h 30m). Voo às 7h 55m para Zurique (Swissair mas pela TAP).

Filha ao meu lado no avião. Não acontecia desde 2006! Tempos difíceis adiam tantos sonhos… O mundo para mostrar e não posso!
Ainda nem cheguei e já choro sem razão. Será como a primeira vez no Louvre, onde a cortina de lágrimas não me deixou ver nem um quadro? Coisa estúpida.
Suíça: montanhas ainda com neve! Lagos e mais lagos, bordejados de casinhas. Rectângulos perfeitinhos de verdes que nem conheço.
Voltas e voltas para aterrar. Ai! Ai! que vamos perder o avião para Istambul… Ainda antes de aterrar, vê-se um canivete suíço gigante desenhado em terra (com plantas?).
Terminal diferente do da chegada. Correria. Afinal mais que a tempo.
Avião com pneu em baixo (esta nunca me tinha acontecido…). Espera para mudar pneu. Atraso de 1 hora.
Finalmente, chegada. Fila para comprar vistos. Fila para mostrar vistos. Malas já fora do tapete, mas ainda lá.
Confusão para apanhar táxi. Estamos a ser enganadas de certeza, mas fazemos o quê?
Hotel, pequenino, délabré, serve lindamente, muito central. Senhor do hotel com tirada velha de sermos irmãs. A cesta amuou por não ter sido incluída no elogio.

Caminhada até ao Hipódromo (At Meydanı), à frente da Mesquita Azul (Sultanahmet Camii)através de um jardinzinho. Fotografia à cesta e a nós no jardim. Senhor oferece-se para tirar retrato às três. Ao fim de várias tentativas, nós falando em português com muitos gestos (ele também não sabia inglês!), e ele em turco, sucesso. Relativo... estamos mesmo desconfiadas, e então a cesta, nem falar!



Obelisco egípcio (Dikilitaş) trazido de Luxor por Constantino. Fonte do Kaiser Wilhem II (neo-bizantina). Filha não pára de tirar fotografias, e diz que não empresta, a egoísta.
Cães em matilha a lembrar Atenas.
Gatos. Gatos. Gatos. Gatos.
Chamada à oração na Mesquita Azul. Lindo. Uma desgarrada entre mesquitas.

Passeio nocturno. Gelado com direito a espectáculo malabaristo-humorístico com o dito. As montras das pastelarias! Que maravilhoso espectáculo de calorias…

Jantar, a tirada do costume. Cesta volta a ficar amuada. Filha recebe guardanapo de papel feito rosa, mais tarde uma flor de campo. Proposta de 100 camelos, mais umas tantas ovelhas e outras preciosidades. 
Nem a brincar!