sábado, outubro 15, 2011

Reflexões à toa sobre a crise - I


Alguém andou a roubar os portugueses. Alguém andou a ganhar com negócios obscuros. Alguém assinou esses contratos, essas vilanias, esses esbulhos. Alguém de olho torvo posto no lucro, como diria meu avô citando Eça, gananciou e embolsou.
Se numa empresa privada isso daria direito a um processo criminal imediato, alguém me explique porque é que esse alguém não pode ver o seu torpe acto criminalizado, mesmo com as leis actuais. Um gestor público quer tenha a designação de ministro, secretário de Estado ou gestor de empresa pública, não tem responsabilidades, ou só tem direitos, especialmente o de roubar, favorecendo terceiros?
Quando assinam o compromisso de honra, “afirmo solenemente pela minha honra que cumprirei com lealdade as funções que me são confiadas…” e se lesaram interesses públicos, a lealdade ficou onde?
É preciso haver legislação específica para condenar pessoas que actuaram com sabemos? Não basta a quebra do compromisso? 
Ou a honra já não vale um cêntimo?

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