18 de Outubro de 2011. Toda a
manhã numa inquietação.
12h 50m. Hora de almoço. Desço no
elevador com outros, em silêncio. Saio e caminho depressa para as escadas ansiando
o ar fresco, já de cigarro na mão.
As lágrimas não esperaram. Silenciosas,
amargas, sem controlo.
Estranho. Abano a cabeça tentando
sacudir o incómodo. Não resulta, e de cabeça baixa acendo o cigarro. Uma gota libertária
salta para o dedo e molha o cigarro.
Dou uns passos esperando que o
objectivo almoço seja distracção suficiente para acabar com o disparate. Nada a
fazer.
Cedo. Porque não? Tantos e tantos
anos de roubos, enganos, ganâncias, corrupções, impunidades, e nós revoltados,
angustiados, impotentes. As vozes que não são ouvidas. Nem antes, nem agora.
Queremos acordar do pesadelo e
não nos deixam. Não há luz ao fundo do túnel porque já não há túnel. Continuam a
soterrá-lo usando sempre as mesmas pás.
Afinal, choro por Portugal. Deixem-me
ter esta fraqueza. Hoje.
Amanhã vou escavar o túnel com as minhas pás.
Sem comentários:
Enviar um comentário