Por falta de comparência, este blogue começa a ficar parecido com uma página de elogios fúnebres, mas é mesmo assim.
Não consigo ficar calada com a morte de dois amigos meus, tão próximas uma da outra.
Fernando Quintais, de quem já tinha falado em ocasião anterior, era uma das pessoas a quem escrevia cartas, mentalmente, a quem queria agradecer o livro que me ofereceu e que li devotamente, nas minhas viagens de metro até ao trabalho, a quem queria agradecer o ter sido o meu "patrono" num trabalho da faculdade, a paciência e condescendência com que sempre me aturou, desde a adolescência até já aos vinte e tal anos, a sua calma, ponderação, bondade...
Não vou nem posso esquecer...
João Camossa foi outro protector, noutro estilo.
Desafiador, de imensa sabedoria e sarcástico, nunca deixava de ter a última palavra.
Arranjou-me logo uma alcunha: "Cigana maldita" e parecia ter prazer em rematar a argumentação com o cognome.
Algures, no caos da minha desorganização documental, tenho rimas propósito de uma célebre canção sobre Vasco Gonçalves, que tentei, na minha teimosa adolescência, desconstruir.
Tanto insisti, teimei, manobrei, que os "meus " intelectuais, com a sua própria letra, escreveram quadras. Que me lembre, eram: Henrique Barrilaro Ruas (o meu santo), António Borges de Carvalho (o "porreiro") e claro, o mais cáustico, João Camossa.
Também não posso nem o vou esquecer...
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