domingo, agosto 20, 2006

Cartas

Passo a vida a escrever cartas...
Todos os dias...todas as noites.
Umas inteiras, desde a data até à assinatura, incluindo o post scriptum.
Outras apenas parágrafos, e outras ainda só mesmo frases.
Umas resultantes de fúria, indignação, revolta...
De situações com taxistas, lojistas, funcionários, televisões, jornais...
A maior parte de agradecimento...
Ao Vasco Vieira de Almeida, por de alguma forma (muito ternurenta) ter substituido o meu pai e nunca o ter esquecido, ao Alçada Baptista, por sem saber, fazer parte da minha família, ele, as suas histórias e as das suas tias, ao Amin Maalouf, por ter escrito das coisas que mais gostei e aparecer com o maravilhoso Origines, e de um modo estranho me fazer sentir ligada ao Líbano (tal como me sinto em relação à Irlanda...), ao Fernando Quintais, que meu patrono, me deu o seu livro tão do meu agrado (nem ele sabe quanto).
Ainda há mais, mas estes são os recorrentes...
Nunca as escrevo realmente...
Apenas têm forma fugaz antes de adormecer, como que promessa de um amanhã epistolar.

Lido isto, parece-me possidónio mas é assim...