Ao voltar de férias, nem por sombra de tigre como esperava, mas antes de "mulher à beira de um ataque de nervos", o que sendo o meu estado habitual, nada abona em favor da qualidade do descanso (ou antes, do anti-descanso), não quero deixar de recomendar a leitura de um livro que me foi emprestado pelo meu irmão Francisco, sábio conhecedor dos meus gostos...
Não me parece que esteja traduzido em português (provávelmente nunca o será) e já não é novidade (Éditions Robert Laffont SA 1997 - "livre de poche"), mas não deixa de ser importante referi-lo.
Trata-se do livro de Frédéric Mitterand, "Les Aigles foudroyés" cujo subtítulo se revela bem esclarecedor: "La fin des Romanov, des Habsbourg et des Hohenzollern".
Pode até ser considerado deprimente por alguns (esperem só pela referência futura ao livro que é a sua sequela...), mas descontando alguns óbvios ódios de estimação do autor (a Imperatriz Sissi e o Príncipe de Montenuovo, por exemplo), e também os seus amores de estimação (Franz Ferdinand), Frédéric Mitterand consegue com habilidade prender-nos facilmente a atenção com as descrições das situações políticas e sociais, ambientes, tricas e teorias, algumas até inesperadas.
Não lhe perdoo ter falado tão bem de uma Princesa portuguesa, madrasta de Franz Ferdinand, e que sempre o apoiou, sem nunca a nomear...
Se não foi de propósito revela pobre pesquisa (duvido); se foi, então demonstra puro desprezo pelo país, porque da Princesa diz maravilhas.
Será que alguém lhe pode dizer que era a Infanta D. Maria Teresa de Bragança, filha de D. Miguel?
Enfim, um livro que pode agradar a quem pouco sabe mas se interessa pelos antecedentes da 1ª Guerra.
Mesmo quem pensa que já sabe tudo, não pode deixar de ficar rendido à simples mas eficaz forma de contar a História (e pode aproveitar para anotar as discordâncias, criticar subjectividades ou até dizer mal por dizer mal).
Eu gostei.