Foi assim, de uma aterradora superficialidade, que foram por si classificados os antagonistas do acordo ortográfico, mesmo que interpondo a palavra habitualmente, para acautelar algumas posições mais...profundas.
Sim, eu superficial me confesso, mas ainda assim quero exercer o direito à minha superficial resposta, até porque uma superficial também tem direito à vida, mesmo que...superficial.
E pretendia exercê-lo de uma forma interrogativa, porque assim vai o meu estado de alma.
- Se até agora, e durante alguns séculos, os portugueses liam livros de escritores brasileiros e vice-versa (esta superficial acabou de ler a “A maçã no escuro” da Clarice Lispector, mas como é superficial demorou algum tempo, claro!) e nunca se queixaram, qual foi a verdadeira razão invocada para a necessidade de um acordo?
- Algum editor brasileiro deixou de publicar livros de escritores portugueses, ou era feita uma “tradução”?
- Se há brasileiros incapazes de ler livros de escritores portugueses, ao celebrar-se o acordo desta forma estamos a descer ao nível? Não devíamos antes elevá-lo?
- Qual é a diferença para um brasileiro ler acto em vez de ato? Não é a fonética que funciona também na leitura? Eu, que não sei italiano, para ler nessa, para mim, atraente língua, tenho de ler alto... mas pronto, eu sou superficial.
- Não se está a contribuir para uma cada vez maior existência de palavras homónimas?
- Porque se esqueceram, ou melhor, se desprezaram, as raízes etimológicas? Evolução implica renegar passado?
- Pretende-se, com o acordo, ganhar mais leitores? Não seria mais eficaz o investimento na educação?
- Com o acordo deixa de haver liberdade de expressão? Não me posso exprimir sem ser através do diktat instituído (sou funcionária pública...)?
Acredito, como assumida superficial, que terá resposta a todas estas questões. Uma resposta muitíssimo inteligente (reparará que ainda escrevo à moda de um acordo anterior ao anterior acordo), e sinceramente espero que me convença. Duvido.
Como nota final apenas um pequeno reparo a erros ortográficos no seu texto, com acordo ou sem acordo, com certeza devidos à emoção com que quer expor os seus argumentos. Nem reparei.
Em tempo: adorei ler “Os desastres de Sophia”, e todos os livros da Condessa, em edição encadernada,com gravuras da época, e nunca pensei que continham erros...
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