sábado, fevereiro 13, 2010

Conheci-a e ao tio João José com os meus 18 anos. Namorava (casei com) um sobrinho...
Adoptámo-nos.
No mesmo abraço fui adoptada pelos filhos, mais velhos e mais novos do que eu.
Acho que aconteceu a muitas e muitos outros, antes ou depois. E estas adopções são para a vida...
Longas tardes e noites de conversa, de canastadas, de brincar, de improvisar, de só estar.
Tinha direito a tudo: sorrisos, ralhetes, risos, sarcasmos, beijinhos, ordens, abraços, caretas (adorava as caretas), tarefas distribuídas, cumplicidades...
Voz e riso inconfundíveis. Frontalidade e delicadeza simultâneas. Refilava, refilava, mas o coração acabava por derreter. Num minuto general, no seguinte anjo protector.
Aprendi o que é uma casa sã, um casamento verdadeiro, a vocação de mãe... Quando nasceu a Marta, claro que passou a fazer parte do clã.
Tinha um abraço do tamanho do mundo, onde cabiam todos os filhos (concerteza agora os netos) e ainda nós... os adoptados.
Inspiradora sem dúvida, tenho medo de a poder ter desiludido.
Continua aqui, Tia, connosco, e por isso também comigo e com a Marta, porque...nós nos adoptámos, e isso é para sempre.

3 comentários:

  1. Incompletos são sempre...

    momentos

    ausentes de espaço

    idéias

    dispersas no tempo

    minutos

    principiados num verso

    que se esbarram

    estremecidos num abraço.

    Os contornos

    não definidos

    nas sombras

    dos corpos deambulantes

    limites

    teimados num infinito

    com ousadia

    bem delimitado.

    Sãos sempre são...

    os sorrisos

    rasgados no rosto

    um coração terno, descansado

    uma mão

    completa de beijos

    que matizam um "ser" rematado.

    Incompletos e sãos

    os poemas

    da dor ausente atrevida

    porque completam o ser

    longe e ficado...

    num infinito

    jamais delineado,

    na tua presença

    tão distraída.

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  2. A "Tia Catuxa", tinha entre projectos, depois de uma época com muitas peripécias, desastres... (alguns "azares"... ) algo fantástico como de alguma forma reactivar alguns "Valores", (cada vez mais para nós, Óbviamente) Fundamentais!
    A Vida Dela foi em Si, um Verdadeiro Espaço de Encontro (sinto-me muito previligiado, desde logo pelas opções que me foram sendo postas, e óbviamente por perceber cedo, que se algum dia fosse Pái, só poderia esperar dos meus filhos, aquilo que eu próprio sempre procurei, da melhor forma que me foi possivel, retribuir com todo o Amor enquanto filho, amigo, e reconhecedor de tudo quanto me/nos procuraram transmitir enquanto (nossos)Páis, Tios Avós, Primos, Amigos, sempre de pleno Coração!)

    Ainda "à pouco" então, (começa agora a parecer uma eternidade...), numa carta enviada aos irmãos no dia 17 de Outubro, falava da Sua imensa Vontade (entre imensas outras na sua linha de pensamento), em reorganizar aqui em casa estes Saborosissimos Reencontros (de que aqui recordas-nos!) de "ESTAR SIMPLESMENTE" tb!
    (disse ela a certa altura ainda no Hospital F.Xavier, quando vieram as primeiras - muito amargas más noticias - « parecia eu que adivinhava!!» referindo-se a esta carta a Todos os seus Filhos!!)

    Estes ultimos anos, a Mãe (com a sua idade, que apesar de tudo não ser nenhuma jovem, mantinha-se sempre Jovem e Fresca de Pensamento, Activa!), continuou mais e mais a Encontrar novas Amizades, que a fequentavam, algumas das quais, que ela própria designava tb «como Irmã», «como Irmão»!!! ;)

    A Mãe habituou-nos assim a Todos, A essa sua marca (só muito aparentemente indelével!) que uma vez tocada no coração de quem com ela simplesmente se cruzasse, ou se deixasse Tocar!... (muito para alem de Toda a Familia dos imensos Tios, Primos, Sobrinhos, onde inevitávelmente Tu tb estás "voluntariada"!!), tinha o imenso Poder Transformador, que descreves com esse (muito Literal sentimento de) «ADOPTADO!» :P
    A Mãe é e sempre será Mágica!!


    Gosto muito do que Escreveste, e sobretudo Define de uma forma muito Fiel a Grande Mulher, Mãe, Tia Avó, Prima, Amiga que sempre na sua mais Genuína Teimosia, levava "a-vante" Qualquer Tarefa que se lhe impusesse levar!!!

    Quis o destino que Vivesse num País, onde "conviver em confiança" com um «Médico de Familia» pode ser igualmente sinónimo de Viver num País «terceiro-Mundista»... (vaticinando tão trágicamente a realidade, onde um direito Fundamental - « DIREITO Á SAÚDE » - é sériamente Violado!...)

    Guardarei para Sempre o seu imenso Valor Como Pessoa, que procurou sem modéstias nem falsas modéstias dar de Si Sempre o seu melhor Contributo para que Tudo fosse sempre possivel!!! :D

    Admiro-A,
    Seguila-ei (no que melhor nos passou),
    Amo-a, (pelo Inesgotável AMOR que Incondicionalmente nos Deu, ao ponto de lhe reconhecer como Causa desse mesmo Efeito de que é Feito o "seu" próprio AMOR! ;)

    Beijos :D

    Rui

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  3. O meu blogue pelos vistos não me permite resposta em separado... ou então sou mesmo loura! Seja como for respondo em separado...
    Carlos: Gostei e muito. Mesmo... És mesmo bom a "poemar". Que inveja! :-)
    Além disso és um querido (e um monárquico como eu, do meu coração)

    Rui: Obrigada pelas tuas palavras... Foi bom saber o que a tua mãe queria e gostava, e entendo a revolta. Ela também sentiu o privilégio de vos ter a todos como filhos (vocês são tão fruto dela, e também do vosso pai!)

    Para os dois: nem que tenham oitenta e eu para aí uns cem, vão ser sempre os meus meninos, assim como a Sara... Privilégio dos mais novos... Irmãozinhos...

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